Notas e apontamentos ao longo da vida, na minha actividade profissional e não só.
Terça-feira, 12 de Outubro de 2010
PORTUGAL-ISLÂNDIA e o APT
Estava eu a ver o jogo de futebol Portugal – Islândia, transmitido de Reykjavik pela RTP e recordei-me do início dos meus primeiros tempos nesta
coisa das viagens, não no curso, na teoria, mas já na prática, na aplicação da construção de tarifas aéreas…
…Construção de tarifas aéreas?
Perguntarão, neste momento, a maior parte dos agentes de viagens das novas gerações, e, até alguns turistas, como se eu estivesse a falar de algum monstro que tenha aparecido desta vez no Alqueva, em vez de Loch Ness.
Pois é, caríssimos, nós é que construíamos as tarifas aéreas, por milhas, optando pelo “Turn Around Point”, o aeroporto/cidade mais longínqua e que permitia “stops” dentro da “milhagem
permitida por esse ponto.
Onde consultávamos estes dados não era num computador, pois… era num “calhamaço” de capa verde e letras amarelas que se chamava, (ainda se chama, sabem que ainda existe?), APT – Air Passenger Tariff e depois tínhamos que fazer as continhas, ‘tá bem, prontus… para isso já era com máquina de calcular!
Também existiam os “lay over” que serviam para conexões de voos, isto é, o passageiro só podia ficar nessa cidade o máximo de 24 horas, no fundo era “obrigado” a voar no voo imediatamente a seguir e que permitisse a ligação, mas alguns de nós até vendíamos uma vista de cidade e muitas vezes um almocinho, senão, no mínimo dávamos a possibilidade ao turista de conhecer mais essa cidade.
Reykjavik tinha milhas que nunca mais acabavam e uma tarifa bem jeitosa, pois, atenção que tinha que ser mais alta que qualquer ponto intermédio, senão era um pouco mais complicado.
Na verdade Reykjavik permitia quase dar uma volta à Europa de avião e conhecer “um monte” de cidades, por tal motivo era quase e sempre o “Turn Around Point” escolhido para calcular tarifas de viagens pela Europa, mas a que propósito, com toda a consideração e respeito pelo país e pela sua capital, é que se viajava para a Islândia?
Essa era a parte mais engraçada de tudo isto, nem era mesmo preciso lá ir e tudo era legal, dentro das regras, sem qualquer maldade, mas com muito estudo e trabalho.
Era o que chamávamos o 'Ponto Fictício'.
Tudo isto para oferecer um bom serviço, um bom preço/tarifa e uma viagem inesquecível pela positiva, permitindo dar a conhecer com tempo e calma as belezas por essa Europa fora.
Já agora, para verificarmos os voos para reservar, com os respectivos horários e outros elementos, tínhamos que consultar outro “calhamaço” o ABC, este de capa azul, agora imaginem, por exemplo, para optar por conexões de voos, respeitando o tempo mínimo obrigatório para tal situação, eram umas quantas horas com letrinhas tão pequenitas…
...mas não era nada mau!

sinto-me: com vontade de calcular...
tou a ouvir: Fly me to the moon.Diana Krall
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publicado por FV às 12:09
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De carlos cardoso luis a 1 de Novembro de 2012 às 20:45
O Fernando diz que utilizávamos a máquina de calcular no tempo em que eu comecei 1965 era a Facit de dar à manivela . Nos anos 70 ao balcão da Agência Abreu emiti um bilhete com 22 bilhetes em conjunção. Tinha de colar stickers no routing pois não cabia no espaço do próprio bilhete. Curiosamente o cliente era gerente de um Clube de viagens Belga que comprou o bilhete com inicio LIS/BRU e não utilizava este coupon iniciando a viagem em BRU. Ficava para ele substancialmente mais barato que comprar o bilhete em Bruxelas. A ginástica tarifaria era mais que muita e quem tinha unhas é que tocava guitarra.(grande parte das vezes com a ajuda dos experts das Companhias aéreas).O Agente de viagens era um Senhor.....


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by Fernando Venâncio
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